segunda-feira, 8 de junho de 2020

Saúde mental em tempos de Pandemia, 5 diquinhas hiper batidas para tentar se manter são

Alferes na área, 2 anos depois e em situação de pandemia mundial.

Não sei o quanto quem lê eventualmente aqui tem ideia de quem sou ou o que se passa nessa minha mentezinha curiosa e hoje, por questões até mesmo de saúde mental, acho que vou tentar vir dividir um pouco.

Olá, meu nome é Marcela, eu tenho 28 anos de idade, sou originalmente formada em Direito e querendo absolutamente nada com a área (então pelo amor de meu bom Deus, passem LONGE com dúvidas jurídicas, eu não me atualizo desde 2017 e apenas não quero, muito obrigada), atualmente sou estudante de Moda pela FMU/FIAM-FAAM, formada em Consultoria de Imagem pelo Senac, falo inglês (certificada pelo CNA e por Cambridge, pelo menos), fiz francês brevemente em 2011, então sei coisas hiper úteis como contar até 100 em francês e me apresentar e só.

Sou morena natural, cartela  Inverno Brilhante, de acordo com o método Sazonal Expandido de Análise de Coloração Pessoal, formato de rosto Triangular, segundo visagismo, corpo formato Retangular (ou H), segundo análise de biotipo, personalidade alta e dramática, sou de sagitário com ascendente em peixes, idealista e ainda crente no ideal de igualdade social, jogo D&D com o Bando do Owlbear, minha party de RPG aos fins de semana, apaixonada por escrita, por comida, pelo artístico, pelo lúdico e definitivamente por estilo pessoal.

Sou sensível à glúten, tenho excesso de elastina no corpo, escoliose dupla, não tenho apêndice desde os 10 anos de idade, fui criada por um casal antissocial de uma forma bem restrita do resto do mundo, tenho 3 irmães, sofri uma crise depressiva fo-di-da em 2017 quando desisti da carreira no Direito, não tenho carteira de motorista, mas teoricamente saberia dirigir, se o fizesse, sou medrosa pra caralho, mas amo coisas radicais, faço acompanhamento psicológico e psiquiátrico atualmente e sou bipolar.

Prazer.

Por que decidi escrever tudo isso, após um sumiço de 2 anos? 

Porque acho que hoje, dia 08/06/2020, em pleno Isolamento Social devido à pandemia do COVID-19 e a situação PATÉTICA na qual nos encontramos devido a um governo autoritário e despreparado, prestes a entrar de férias da faculdade após concluir meu primeiro semestre à distância devido a tudo isso e tendo o privilégio de poder seguir com o isolamento e não vendo ninguém fora do meu núcleo familiar, eu acho que posso dizer com sinceridade que estou em crise.

Hoje, mais cedo, tive um acesso de raiva por um motivo completamente idiota, tal como uma criança mimada. E o pior: eu ainda estou puta.

Sinto minha cabeça a 300 por hora, mesmo quando estou tentando focar em uma unica coisa e me distrair para ver se acalma. Sinto meu peito pesado, por mais fundo que eu respire. É como se tivesse uma bigorna sob meu tórax, me impedindo de puxar o ar. E no fundo da minha pele, como se fosse uma camada própria, eu sinto uma raiva borbulhando de leve por todo o meu corpo, pronta pra extravasar por qualquer coisinha que seja.

Eu maratonei a nova temporada de Queer Eye ontem na NETFLIX e nem ela conseguiu restaurar meu bom humor, imaginem só isso.

E eu sei porque estou assim, ou ao menos desconfio: é porque meu semestre na faculdade chegou ao fim e após a prova de amanhã, eu estarei de férias.

Férias.

Férias... de quê? 

Pra quê?

Estou há meses sem sair. E mesmo jogando RPG nos fins de semana e sendo super legal... não é a mesma coisa. Estou em um relacionamento e não vamos comemorar o dia dos namorados por hora por conta de como as coisas estão. 

Eu não posso sair, eu não tenho nenhuma outra atividade que me ligue ao mundo exterior e agora essa atividade vai ser suspensa.

Estou me sentindo presa.

Então, vim aqui dividir minhas angústias existenciais com, provavelmente, as paredes aqui, na esperança de que talvez alguém leia, se identifique, e não se sinta tão só.

Eu tenho o privilégio de ter acompanhamento psicológico e psiquiátrico, como disse lá em cima. Vou marcar uma sessão com a minha terapeuta essa semana e ver o que podemos fazer juntas para acalmar esse turbilhão na minha cabeça com certeza, mas eu também sei que esse não é o quadro para muitas pessoas.

Num período de incertezas e angústia como agora, agravado, digo de novo quantas vezes puder, por um governo incompetente fica difícil manter manter a saúde mental, mas é mais importante do que nunca focarmos no que há de bom e no que podemos fazer para ajudar.

Por isso, venho hoje também recomendar para vocês, meus queridos, coisinhas para tentar ajudar a centrar um pouco mais:

(Imagem retirada do Site da Prefeitura de Maceió)

1º - TENHA UM MOMENTO DE SILÊNCIO

Eu sei que muitas pessoas sequer percebem, mas vivemos em meio ao barulho e isso, num geral, afeta demais a forma como nos portamos. Pelo menos para mim, este é um fator acelerante que me tira muito a saúde.

É essencial para nós mesmos, esses pequenos momentos em que simplesmente paramos e nos permitimos nos escutar. É um momento de conexão consigo.

Então, seja logo ao acordar, ou uns 5 minutinhos durante a tarde ou antes de dormir, o conselho é: Pare. Desligue sons, saia de aparelhos eletrônicos e procure se conectar com onde está e, mais importante de tudo, com você mesmo.

2º - ALONGUE-SE

Nosso corpo é feito para estar em movimento, o que este momento atual pode vir a atrapalhar para algumas pessoas que, como eu, não tem espaço/aparatos ou apenas não tem disciplina para estabelecer uma rotina de exercícios tradicionais.

E, mais ainda, muitas vezes as pessoas pensam nos alongamentos como aquecimento para o exercício e uma forma de não se lesionar, mas não para pra refletir como é ele que trabalha nossa mobilidade. 

Então a minha dica aqui é, foque em se alongar. Estica esse esqueleto. Qualquer alongamento que fizer, ele precisa durar pelo menos 1 minutinho para ser efetivo. Não adianta fazer por 10 segundos e depois se indignar que ele não funciona, o corpo precisa de tempo para soltar.

Eu faço uma série simples de alongamentos logo ao acordar e nos dias que faço, me sinto muito melhor do que hoje, por exemplo, onde não fiz porcaria nenhuma e estou com o cão no couro e com dores hahaha

3º - SE PERMITA PEQUENOS RITUAIS DE AUTOCUIDADO

Pessoalmente, sou completamente inconstante com essa, mas sinto muita diferença quando o faço.

Seja o que autocuidado for para você, pare um momentinho para cuidar de si de tempos em tempos.

Seja tomando um banho mais demoradinho (cuidado com a água do planeta, hein galera?), passando um hidratante, aparando a barba ou fazendo uma automassagem, esses pequenos momentos nossos são muito energizantes e fazem bem real pro coração. É quase uma extensão da primeira dica, aqui. É outro momento para parar e se escutar. Sentir suas necessidades e fazer algo que apenas lhe traga prazer.

4º - TOME SOL

Sinceramente, não acho que tenho muito o que dizer aqui. Existem estudos comprovando a importância do banho de sol para a saúde, absorção de vitamina D e sobre a ausência de luz solar e a depressão, é só procurar no Google.

Essa pessoalmente não é a minha atividade predileta, mas eu sei como ela é importante, então para vocês e para mim eu digo: Sol, gente. 

5º - NÃO PASSE O DIA NA FRENTE DO NOTICIÁRIO

Informação é importantíssima, não me entendam mal. Agora não é hora para alienação. 

Mas também não é hora para se afundar no poço sem fim de desgraças que estamos vivendo, quando não temos poder para fazer nada a respeito de forma imediata.

Mantenha-se informado sim, mas não faça disso uma sessão sem fim de autoflagelo. Tenha na sua rotina diária um momento para se informar dos acontecimentos do dia. 

Agora é um momento de cuidarmos de nós, além de do próximo e do planeta. É um momento para darmos as mãos, figurativamente falando, e fazermos resistência aos absurdos que estão se passando nesse nosso país. Mas é o momento para termos em mente a analogia da máscara de oxigênio no avião. 

Quando elas caem, é instruído que você primeiro coloque a sua e depois ajude quem precisa a colocar a deles, porque sem oxigênio, você não ajuda nem à você, nem à ninguém. 

Não se deixem sufocar agora, meus amô. Cuidem-se aí como puderem se cuidar, lavem bem as mãos e higienizem as porra tudo, beleza?

Abraços carinhosos remotos para vocês e obrigada pela companhia nesse desabafo aqui. Espero que essas dicas hiper batidas ainda assim possam ser úteis para algo.

Fiquem bem, se puderem, fiquem em casa, se não puderem, usem máscara cobrindo o nariz e a boca, ok?

Até a próxima, seja ela quando for aqui.

beijos da Alferes ♥